A energia elétrica é parte fundamental da nossa vida e, ousamos dizer, até da nossa sobrevivência. A energia que chega em nossas casas, locais de trabalho, ambientes de estudo e lazer, entre muitos outros contextos, nos permite ter um estilo de vida que era completamente impossível antes da popularização desse bem tão precioso.
Por isso, passa a ser fundamental refletir sobre tudo que diz respeito ao consumo de energia elétrica atualmente: quantidade utilizada, valores gastos com esse consumo, impactos provocados no meio ambiente e muito mais! E é aqui que entra um cenário novo, ainda pouco conhecido por boa parte da população, mas extremamente promissor: o mercado livre de energia.
Neste texto, vamos te explicar o que é o mercado livre de energia, como ele funciona, quais são os modelos de aplicação, suas vantagens em relação ao modelo tradicional e quem pode migrar para ele. Continue a leitura e confira!
O mercado livre de energia diz respeito a um ambiente regulado e competitivo no setor de energia elétrica brasileiro. Ele permite que consumidores e empresas comprem energia diretamente de geradores e comercializadores desse bem em vez de adquiri-la por meio das distribuidoras locais.
Esse conceito foi introduzido no Brasil no início dos anos 1990, como parte da liberalização do setor elétrico, e, desde então, vem se expandindo e sendo regulamentado.
Entre as principais características do mercado livre de energia, é possível que as partes envolvidas possam negociar uma série de condições na contratação da distribuição de energia, como:
Continue a leitura e entenda a fundo os detalhes desse “novo” mercado!
O mercado de energia no Brasil é dividido em duas categorias: ACR (Ambiente de Contratação Regulada) e ACL (Ambiente de Contratação Livre). Entenda as diferenças entre as duas:
Na categoria ACR, estamos falando sobre os consumidores cativos, que são aqueles que contratam serviços de energia das concessionárias de distribuição locais. Nesse modelo de mercado, a tarifa é regulada pelo governo e inclui tanto o serviço de distribuição quanto a geração de energia.
Já no mercado livre de energia, o ACL, estão os consumidores livres, que têm a liberdade de adquirir energia diretamente de geradores ou comercializadores. Assim, é possível que haja negociação dos itens que citamos no tópico acima, resultando em um contrato mais flexível e que atenda às necessidades específicas de cada consumidor.
Confira as vantagens principais do ambiente de contratação livre:
Os consumidores livres têm a liberdade de escolher seus fornecedores de energia, o que envolve não apenas a escolha da empresa em si, mas também os tipos de contratos, prazos, volumes e outras condições. Isso permite a prestação de um serviço pensado especificamente para a necessidade de cada cliente.
No mercado livre, os consumidores têm a oportunidade de negociar preços diretamente com os fornecedores. Além de isso oferecer resultados mais eficientes, essa prática também pode proporcionar economias significativas.
Outro ponto relacionado à economia financeira é que esse mercado é mais protegido contra a volatilidade dos valores da energia, oferecendo uma maior estabilidade nos preços.
Os contratos no mercado livre de energia são flexíveis e podem ser adaptados de acordo com as flutuações nas demandas de energia, o que permite uma gestão mais eficiente dos custos. Imagine que você terá uma demanda maior de energia em um período específico. Sabendo disso, você pode negociar a “entrega” da quantidade de energia diretamente com a distribuidora.
Não é uma exclusividade do setor, mas muitas empresas fornecedoras de energia no mercado livre buscam trabalhar de maneira ativa com fontes renováveis, permitindo que os consumidores atendam a metas de sustentabilidade e redução de emissões de carbono.
É válido lembrar que, apesar de ainda não ser tão conhecido pelas pessoas, o mercado livre de energia é uma forma segura e confiável de adquirir energia elétrica por um valor negociável, tornando-se uma opção atraente para diversos tipos de consumidores.
Existem dois tipos principais de energia no mercado livre: a energia convencional e a incentivada. Entenda mais sobre cada uma delas:
Esse tipo de energia você já conhece e provavelmente tem na sua casa por meio do mercado tradicional. É o tipo de energia proveniente de fontes mais convencionais, como hidrelétricas, gás natural, carvão, petróleo etc. São fontes muito utilizadas pela sua estabilidade e confiabilidade.
Tipo de energia que vem tendo uso cada vez mais incentivado pelas autoridades, por serem de fontes renováveis. São elas:
De acordo com a flexibilidade e a liberdade desse modelo de contrato, vale lembrar que a escolha do tipo de energia depende das prioridades e dos objetivos de cada consumidor, desde responsabilidade social, custos, entre outros fatores.
Até aqui, você já viu o que é, quais as vantagens e quais os tipos de energia do mercado livre de energia. Mas, afinal, que tipo de consumidor pode aderir a esse mercado? Continue lendo para entender!
Atualmente, grande parte dos consumidores são indústrias. Inclusive, 90% do setor industrial brasileiro já é atendido por esse mercado. Isso corresponde a quase 40% do atendimento de energia de todo o país, já que a indústria é a principal consumidora de eletricidade no Brasil.
No entanto, se engana quem pensa que esse mercado é só para as grandes indústrias! Apesar de ser o parceiro ideal para grandes consumidores de energia, o mercado livre de energia pode ser contratado por muitos grupos.
Até 2022, apenas consumidores com carga igual ou superior a 500 kW, atendidos em no Grupo Tarifário A (alta tensão), poderiam se tornar consumidores livres. Porém, a partir de janeiro de 2024, todos os consumidores do grupo, independentemente da demanda energética, poderão ser consumidores livres de energia.
Para ficar mais claro, o Grupo Tarifário A de energia elétrica abrange os consumidores industriais e comerciais de grande porte que têm uma demanda elétrica significativa e geralmente operam em alta tensão. Em geral, ele é composto por indústrias, estabelecimentos comerciais de grande porte, hospitais, shoppings centers e outros consumidores que demandam uma quantidade substancial de eletricidade para suas operações.
Apesar de ainda não ser possível consumidores residenciais individuais se tornarem consumidores livres, existe a expectativa de que a flexibilização dessas demandas aconteça nos próximos anos, abrangendo cada vez mais grupos de pessoas — incluindo os consumidores de baixa tensão de qualquer demanda energética.
Como você viu acima, a indústria é a principal consumidora do mercado livre de energia. Isso acontece devido à demanda de energia elétrica nesse setor e, consequentemente, às vantagens oferecidas pelo mercado livre de energia.
Agora, além de todos esses benefícios oferecidos às fábricas, há outros, que derivam da eficiência energética. Quer saber mais sobre isso? Então, confira o nosso texto sobre como melhorar a eficiência energética em uma indústria.
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